Elaboração e Gestão de Projetos Culturais

Projeto artístico lança olhar sobre a cor da pele

Exposição, projeções itinerantes, formação para educadores, oficinas, doação de livros e uma cartilha fazem parte da iniciativa De Cor da Pele. A exposição abre nesta quinta-feira (21/11) no SESC Presidente Dutra.
 

 
Brasília (DF), novembro de 2019 – “Mãe, eu queria ser cor de pele”. Ao ouvir o desejo do filho, a artista, doutora em Artes e pesquisadora, Denise Camargo, não entendeu o pedido. Mas percebeu que ele se referia ao tom do lápis de cor, costumeiramente mencionado com esse termo, para colorir a pele. “Um tom pele de ninguém”, ela diz. À época realmente não havia uma cor que o representasse na caixa de colorir. Depois de esclarecer que a pele dele era negra veio a ideia de uma ação artística que pudesse mobilizar para esse tema.
 
A iniciativa contempla exposição, projeções itinerantes, formação para educadores. Oficinas, doação de livros e uma cartilha sobre a temática têm sido oferecidas em contrapartidas do projeto desde 2017. Em princípio, as atividades permanecerão concentradas em Brasília e 10 regiões administrativas do Distrito Federal. O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
 
“De Cor da Pele”, mostra a ser inaugurada dia 21/11, no SESC Presidente Dutra, em Brasília, traz uma leitura performativa e uma projeção com depoimentos de mulheres e mães, que enfrentam no cotidiano, de maneiras diversas, reflexões sobre a cor que carregam nas suas peles e que muitas vezes compartilham de respostas semelhantes à da artista para seus filhos.
 
“As imagens, na fronteira entre o estático e o movimento, registram o instante de gestos emblemáticos realizados pelas fotografadas em seus depoimentos, tomados durante as sessões. Trechos dessas conversas criam uma paisagem sonora para acompanhar as fotografias ‘cinéticas’”, detalha Denise Camargo, criadora do projeto.
 
Em 20/11, será promovida uma sessão especial para cegos na Biblioteca Demonstrativa Dorina Nowill, em Taguatinga, com audiodescrição das obras e imagens táteis.
Em paralelo às projeções, Denise também vai ministrar oficinas para educadores da rede pública de ensino sobre o processo de criação do trabalho, trazendo à discussão estratégias e objetos de aprendizagem sobre o assunto na sala de aula.
 
“A ideia é que o projeto seja inclusivo de todas as formas possíveis”, ressalta Denise. Com as ações a proposta é dar luz a um tema ainda urgente na sociedade brasileira. “O projeto desafia a ainda escassa presença de temáticas e artistas negros na cena contemporânea, atesta a importância de projetos capazes de desobstruir os espaços restritos a uma produção que não contempla aspectos do Brasil Negro”, afirma.
 
Outras ações
O projeto, além da exposição, projeções e oficinas contou com a doação de 200 exemplares do livro E o silêncio nagô calou em mim. A obra contém fotografias e textos de Denise e do curador Diógenes Moura. A edição bilíngue português/inglês foi editada em 2013. A cartilha de tema correlato ao projeto traz discussões sobre a cor da pele e ficará disponível para download na plataforma digital do projeto. O objetivo é propiciar a formação de repertório crítico para as questões de identidade étnica brasileira nas formas de representação. “Trata-se de um produto de caráter social com vistas a traçar uma perspectiva de empoderamento sobre a condição étnica para esses grupos”, aponta Denise.
SERVIÇO
Exposição DE COR DA PELE
De 21/11 a 13/12
Local: SESC – Presidente Dutra (acessível para cadeirantes)
Setor Comercial Sul Quadra 2 bloco C – Brasília – DF
Horário: de segunda à sexta das 9h às 21h
Entrada: gratuita
Classificação indicativa: Livre
 
Para agendar visitas mediadas a grupos e públicos especiais: oju.cultural@gmail.com
 
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA: AGÊNCIA GALO – DF: (61) 4063-8770 
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